domingo, março 23, 2008
Relembre o jogador - Just Fontaine
No dia 26 de março o selecionado de Dunga enfrentou a Suécia, em Londres, no que certamente foi a primeira de uma série de eventos comemorativos dos 50 anos da primeira conquista tupiniquim em mundiais. A turma do “e se” se atiça no sofá e gosta de lembrar que “se” substituições fossem permitidas, a França de Kopa, que disputou boa parte do jogo com um a menos, poderia ter vencido o Brasil de Didi nas semifinais e, com o melhor ataque do certame, faturado a taça ante a Suécia. Neste caso, teríamos assistido Henry x Ibrahimovic em vez de Luís Fabiano x Ibrahimovic no amistoso comemorativo de Londres.
Nada mais oportuno, portanto, que olhar um pouco além dos finalistas daquela Copa e celebrar aquele que estabeleceu em solo sueco um dos recordes mais impressionantes e mais difíceis de serem batidos na história dos mundiais.
Justo “Just” Fontaine nasceu em 18 de agosto de 1933 em Marrakesh. Isso mesmo, no atual Marrocos, com ascendência francesa e espanhola. Ainda criança mudou-se para Casablanca, onde estudou no Liceu Lyautey.
Aos 17 anos, Fontaine ingressou no amador US Casablanca, onde jogou entre 1950 e 1953. Seu futebol atraiu a atenção do Nice, clube que defendeu por três temporadas, tendo marcado 44 gols. Em 1956 transferiu-se para o Reims, onde teve como parceiro o genial Kopa, que a partir de 58 defenderia o multicampeão Real Madri. Pelo Reims Fontaine balançou as redes 121 vezes em seis temporadas e foi vice-campeão e artilheiro da Copa dos Campeões de 59. Pela League 1, Just obteve a singela media de 0.825 gol/jogo, com 165 gols em 200 partidas. De quebra, faturou o campeonato nacional em 56, 58, 60 e 62, além da artilharia em 58 e 60.
Pelos Bleus, as marcas são ainda mais eloqüentes. Estreou em dezembro de 53 e marcou três vezes nos 8x0 contra Luxemburgo. Nos sete anos seguintes, foram 30 tentos em apenas 21 partidas, média de 1.43 gols por jogo. Foi artilheiro das eliminatórias da Eurocopa-60 com seis gols.
Mas foi na copa da Suécia que Fontaine gravou definitivamente seu nome no panteão do futebol. Endiabrado, levou a chuteira de ouro ao marcar 13 vezes em 6 jogos, tornando-se o maior artilheiro de todos os tempos em um único mundial. Marca que dificilmente será alcançada por outro homos sapiens e que faz de Just o terceiro maior artilheiro das copas, atrás de Ronaldo (15 gols em 3 mundiais) e Gerd Muller (14 em 2 copas).
Tempo para os estraga prazeres criticarem o feito do francês em três tentativas. “Ah, mas naquela época se amarrava cachorro com lingüiça”. Sim, o futebol era mais ofensivo, mas por que Pelé e o alemão Hhan, vice artilheiros, “só” fizeram seis gols e outros craques como Kopa, Didi, Vavá e Garrincha nem chegaram perto? “Ah, mas ele deve ter tido a ‘síndrome de Salenko’ e construído o recorde num único jogo. Fontaine foi o primeiro jogador a marcar em todos os jogos de um mundial. “Ah, mas naquela época tinha bobo no futebol e os gols devem ter sido contra Luxemburgo e Ilhas Faroe”. O francês marcou contra o Brasil, a melhor defesa na ocasião, nas semifinais e quatro vezes contra a então campeã Alemanha Ocidental na decisão de 3º e 4º. Então tá.
A brilhante carreira encerrou-se prematuramente aos 28 anos, devido às seguidas contusões. Cinco anos depois teve uma passagem relâmpago como treinador da França, com duas derrotas em dois amistosos. A partir de 1971 treinou o PSG, devolvendo a equipe à primeira divisão em 1974. Ainda como treinador, comandou o Toulouse na temporada 78-79 e a seleção do Marrocos entre 79 e 81.
Em 2000 foi eleito o quinto maior jogador francês da história pela revista L’Equipe. No ano seguinte foi escolhido pela Placar como o 14o de todos os tempos. Em 2003 foi considerado o maior jogador francês dos últimos 50 anos pela Federação Francesa de Futebol, em cerimônia do UEFA Jubilee Awards. Fontaine compôs também a polêmica lista dos 125 maiores jogadores vivos elaborada por Pelé em 2004.
O craque manteve-se ligado ao futebol ao fundar a revista Justo Sport e lançar seu próprio blog na Copa de 2006. Possui ainda as revistas Lacoste e Porter sur Garonne.
Ficha
Justo Fontaine
Nada mais oportuno, portanto, que olhar um pouco além dos finalistas daquela Copa e celebrar aquele que estabeleceu em solo sueco um dos recordes mais impressionantes e mais difíceis de serem batidos na história dos mundiais.
Justo “Just” Fontaine nasceu em 18 de agosto de 1933 em Marrakesh. Isso mesmo, no atual Marrocos, com ascendência francesa e espanhola. Ainda criança mudou-se para Casablanca, onde estudou no Liceu Lyautey.
Aos 17 anos, Fontaine ingressou no amador US Casablanca, onde jogou entre 1950 e 1953. Seu futebol atraiu a atenção do Nice, clube que defendeu por três temporadas, tendo marcado 44 gols. Em 1956 transferiu-se para o Reims, onde teve como parceiro o genial Kopa, que a partir de 58 defenderia o multicampeão Real Madri. Pelo Reims Fontaine balançou as redes 121 vezes em seis temporadas e foi vice-campeão e artilheiro da Copa dos Campeões de 59. Pela League 1, Just obteve a singela media de 0.825 gol/jogo, com 165 gols em 200 partidas. De quebra, faturou o campeonato nacional em 56, 58, 60 e 62, além da artilharia em 58 e 60.
Pelos Bleus, as marcas são ainda mais eloqüentes. Estreou em dezembro de 53 e marcou três vezes nos 8x0 contra Luxemburgo. Nos sete anos seguintes, foram 30 tentos em apenas 21 partidas, média de 1.43 gols por jogo. Foi artilheiro das eliminatórias da Eurocopa-60 com seis gols.
Mas foi na copa da Suécia que Fontaine gravou definitivamente seu nome no panteão do futebol. Endiabrado, levou a chuteira de ouro ao marcar 13 vezes em 6 jogos, tornando-se o maior artilheiro de todos os tempos em um único mundial. Marca que dificilmente será alcançada por outro homos sapiens e que faz de Just o terceiro maior artilheiro das copas, atrás de Ronaldo (15 gols em 3 mundiais) e Gerd Muller (14 em 2 copas).
Tempo para os estraga prazeres criticarem o feito do francês em três tentativas. “Ah, mas naquela época se amarrava cachorro com lingüiça”. Sim, o futebol era mais ofensivo, mas por que Pelé e o alemão Hhan, vice artilheiros, “só” fizeram seis gols e outros craques como Kopa, Didi, Vavá e Garrincha nem chegaram perto? “Ah, mas ele deve ter tido a ‘síndrome de Salenko’ e construído o recorde num único jogo. Fontaine foi o primeiro jogador a marcar em todos os jogos de um mundial. “Ah, mas naquela época tinha bobo no futebol e os gols devem ter sido contra Luxemburgo e Ilhas Faroe”. O francês marcou contra o Brasil, a melhor defesa na ocasião, nas semifinais e quatro vezes contra a então campeã Alemanha Ocidental na decisão de 3º e 4º. Então tá.
A brilhante carreira encerrou-se prematuramente aos 28 anos, devido às seguidas contusões. Cinco anos depois teve uma passagem relâmpago como treinador da França, com duas derrotas em dois amistosos. A partir de 1971 treinou o PSG, devolvendo a equipe à primeira divisão em 1974. Ainda como treinador, comandou o Toulouse na temporada 78-79 e a seleção do Marrocos entre 79 e 81.
Em 2000 foi eleito o quinto maior jogador francês da história pela revista L’Equipe. No ano seguinte foi escolhido pela Placar como o 14o de todos os tempos. Em 2003 foi considerado o maior jogador francês dos últimos 50 anos pela Federação Francesa de Futebol, em cerimônia do UEFA Jubilee Awards. Fontaine compôs também a polêmica lista dos 125 maiores jogadores vivos elaborada por Pelé em 2004.
O craque manteve-se ligado ao futebol ao fundar a revista Justo Sport e lançar seu próprio blog na Copa de 2006. Possui ainda as revistas Lacoste e Porter sur Garonne.
Ficha
Justo Fontaine
Data de Nascimento: 18/08/1933
Local de Nascimento: Marrakesh, Marrocos Francês <> Clubes que defendeu:
1950-1953: US Casablanca - MAR
1953-1956: Nice
1956-1962: Reims
Jogos pela França: 21
Gols pela França: 30
Principais títulos:
- Campeão Francês (1956), (1958), (1960) e (1962)
